segunda-feira, 11 de junho de 2012

Asma e a atividade física: uma boa aliança


O ciclista Miguel Indurain, a corredora Rosa Mota ou o tenista Nuno Marques são excelentes exemplos de atletas com asma que venceram nas suas modalidades. Ao contrário do que muitos julgam, a asma não é uma contra-indicação para praticar esportes, antes comporta inúmeros benefícios para os doentes.



A asma é um verdadeiro problema de saúde pública, afectando 100 a 150 milhões de pessoas no mundo inteiro. Não escolhe sexo, nível sociocultural, ou idade. Entre as crianças, a asma é a doença mais prevalente, com uma taxa que ronda os 11 a 15%.

Todos concordam que a asma pode ser tratada e controlada com os medicamentos actualmente disponíveis. Tal como os adultos, as crianças com asma podem ter uma vida normal, desde que sigam os conselhos do médico. 

Mas há alguns assuntos que, curiosamente, continuam a alimentar polémicas, controvérsias e desentendimentos. É o caso do exercício físico. Muitas pessoas, inclusivamente professores, ainda têm dúvidas no que se refere aos benefícios da actividade física na asma, acreditando que está contra-indicada. Nada de mais errado. 

Vários estudos têm mostrado que o exercício, designadamente a natação e a hidroginástica, é um factor positivo nos doentes asmáticos, ajudando a melhorar a respiração e a ventilação pulmonar. Os autores sublinham que as crianças com esta patologia devem manter-se activas, sendo que o exercício físico deve fazer parte integrante do tratamento. Além disso, a actividade física promove um desenvolvimento harmonioso da criança.

Gualdi, em 2004, dizia que o exercício, nomeadamente a prática regular da natação, melhora a condição física da criança asmática, permitindo-lhe suportar melhor as crises e enfrentar a doença com maior tranquilidade. Do mesmo modo, entendia que a participação do doente em programas de exercício melhora a postura e reduz as complicações respiratórias.  

Já anteriormente, outros investigadores haviam realçado a importância da actividade física na criança com asma. Entre as vantagens do exercício, referiam, por exemplo, o auxílio na eliminação das secreções brônquicas e o desenvolvimento emocional.

Com efeito, as adaptações fisiológicas que resultam da actividade física melhoram a tolerância aeróbia e ajudam a diminuir a resposta asmática durante o exercício.

No entanto, há alguns artigos na literatura que apontam para o risco elevado de broncoespasmo induzido pelo exercício, cuja gravidade pode variar bastante. A verdade é que este broncoespasmo parece resultar mais do sedentarismo e de uma preparação física reduzida do que da asma em si mesma.
Esta divergência pública não facilita o esclarecimento da opinião pública, antes pelo contrário, confunde-a e perturba-a. São os mais novos que sofrem as consequências. Como se não bastassem as limitações da sua rotina diária impostas pela asma (horas certas para tomar os medicamentos, especiais cuidados com o frio, etc.), as crianças vêm-se privadas do exercício, compulsivamente afastadas das tradicionais brincadeiras e jogos entre os seus pares, que incluem, invariavelmente, umas boas corridas, uns pontapés ou toques numa bola, saltos e mais saltos, sem esquecer, é claro, aquele mergulho acrobático na piscina.  

Em 2004, Lang, Butz, Duggan e Serwint compararam os níveis de actividade física de crianças com e sem asma. As conclusões são elucidativas: As crianças com asma eram menos activas, passando menos tempo em actividades físicas do que os seus colegas. Cerca de um quinto das crianças asmáticas estavam activas menos de trinta minutos por dia e cerca de um quarto praticavam exercício físico menos de três dias por semana (versus 9% e 11%, respectivamente).

As crenças dos pais influenciavam decisivamente o nível de actividade. As crianças cujos pais acreditavam que o exercício podia ser benéfico para a asma eram mais activas do que aquelas cujos pais desconfiavam das virtudes do exercício. 

A gravidade da doença também tinha influência. Quanto mais grave era a asma, menor o tempo despedido a fazer exercício.

Fonte: http://www.paraquenaolhefalteoar.com/articles.php?id=84

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